segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

CANGAÇO, CULTURA NORDESTINA, VALENTIA E HUMILDADE


 SEGUNDO O PESQUISADOR ÂNGELO OSMIRO BARRETO, QUE JÁ PESQUISA O CANGAÇO A VINTE CINCO ANOS, VIVE UMA CONSTANTE LUTA PARA DIVULGAR O CANGAÇO DIFERENCIANDO  AS HISTÓRIAS DE APOLOGIA AO CRIME E MOSTRANDO O SEU LADO CULTURAL EM TODO NORDESTE. 
ÂNGELO OSMIRO BATISTA E DELANO BATISTA

O PESQUISADOR ÂNGELO AFIRMA A DELANO O VALOR DA HISTÓRIA DO CANGAÇO NORDESTINO NA CULTURA BRASILEIRA E O RECONHECIMENTO DA FIGURA DO HOMEM DO SERTÃO NORDESTINO CO SUAS VESTIMENTAS QUE ERAM USADAS COMO UMA FARDA PARA ENCARAR A CAATINGA E SEUS ESPINHOS. OUTRA FORMA BEM TIPICA DO CANGAÇO, FOI O USO DO CHAPÉU DE COURO PARA SE PROTEGER DO SOLE EVITAR LESÕES NA CABEÇA.
Lampião em Juazeiro do Norte (1936)
A violência sempre esteve presente no sertão nordestino. Primeiro, os conflitos com os índios durante a ocupação do território, depois os conflitos entre famílias de grandes coronéis, com seus jagunços e pistoleiros contratados. A ação dos cangaceiros era muito parecida com a dos jagunços, que eram pequenos exércitos particulares, pagos pelos coronéis para defender suas famílias e suas fazendas. Os cangaceiros porém, não obedeciam ordens. Agiam independentemente, por sua conta e risco, ganhando a vida com o crime.

Os cangaceiros não eram revolucionários nem tinham ideologia. A maioria era de origem humilde. Por viverem na pobreza, em condições subumanas, em uma sociedade violenta, injusta e excludente, em um meio árido e hostil, acabaram por cair o caminho do crime como meio de vida. Bem armados, assaltavam fazendas, seqüestravam coronéis, saqueavam comboios e armazéns e guerrilhavam com jagunços e a polícia, causando pavor nas elites e autoridades pelo Nordeste afora.

Os cangaceiros conheciam a Caatinga como ninguém. Tinham locais específicos para descanso, conheciam as melhores rotas de fuga, os locais que tinham alimentos e água e conheciam bem o uso medicinal das plantas regionais, uma vez que medicamentos manipulados nem sempre eram disponíveis. Usavam a vegetação xerófila e o ambiente quente e seco da Caatinga à seu favor. Sabiam bem como despistar os policiais das volantes.

O cangaço atingiu seu apogeu no início do século XX, embora o primeiro bando que se tem conhecimento é o de Jesuíno Alves de Melo Calado (Jesuíno Brilhante), da década de 1870. Acabou definitivamente com a morte de Corisco (Christiano Gomes da Silva Cleto, 1902-1940).

Seu personagem mais famoso é, sem dúvida, Lampião (Virgulino Ferreira da Silva). Nasceu em Serra Talhada (PE), na Fazenda Ingazeira, no ano de 1898.  Era filho de um pequeno, porém próspero sitiante local e estudou até os 14 anos. Largou os estudos porque preferia a vida na fazenda. Quando tinha mais ou menos 20 anos, teve seu pai morto devido à disputas de terra com Raimundo Nougueira, político influente da região. Virgulino e seus irmãos fizeram justiça com as próprias mãos: mataram o político. Como não poderiam mais voltar à vida na fazenda, juntaram-se ao bando  do cangaceiro Sebastião Pereira (Sinhô Pereira). Logo assumiu a liderança do bando, que comandou até sua morte, em 1938, devido a uma emboscada da polícia na fazenda dos Angicos (SE).


Lampião viveu no cangaço por 20 anos e atuou praticamente em todo o nordeste. O próprio Lampião, a pedido do Padre Emílio Ferreira, Vigário de Glória (BA), delimitou a área que dominava no sertão: 273.000 km2 distribuídos em todos os estados da região Nordeste, com exceção de Maranhão e Piauí.

Em 1936, sob autorização de Lampião (ex-secretário do Padre Cícero), o libanês Benjamim Abraão passou algum tempo convivendo com seu bando, documentando tudo com fotos e filmagens


QUER SABER MAIS SOBRE O CANGAÇO? VENHA VISITAR O GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO CEARENSE DO CEARÁ, REUNIÕES  TODA PRIMEIRA TERÇA FEIRA DO MÊS NO AUDITÓRIO DA (ABO) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA  RUA GONÇALVES LÊDO 1630 FORTALEZA, FONE (85) 3311 6666-32533636.



FONTE DE PESQUISA; ECOLOGIA DO CANGAÇO RIO DE JANEIRO.

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